Uma década depois de ter sido Capital Europeia da Cultura, em 2012, Guimarães continua a apostar na cultura como um capital seguro. A cidade, que se afirmou como uma “centralidade” e uma “incubadora de artistas”, um “ecossistema vibrante”, quer assumir-se cada vez mais como um “território de criação”. Numa altura em que 12 cidades portuguesas se candidatam a Capital Europeia da Cultura 2027, o JL recolhe o testemunho vimaranense da importância desta iniciativa e sobre o que ficou depois da festa. Num balanço, e a antecipar o que aí vem, ouvimos a diretora de A Oficina, Fátima Alçada, o vereador da Cultura, Paulo Lopes Silva, os programadores e curadores Rui Torrinha e Ivo Martins, o produtor independente Rodrigo Areias. Publicámos ainda um texto de Adelina Paula Pinto, vice-presidente da Câmara e muitos anos também vereadora da Cultura, e entrevistamos Marta Mestre, a nova curadora-geral do Centro Internacional das Artes José de Guimarães, sobre o ciclo Nas Margens da Ficção. E a capa desta edição é exatamente de José de Guimarães, o pintor de projeção internacional que nasceu na cidade e a elegeu para o seu nome artístico
As sementes foram lançadas e os “frutos” estão à vista. Guimarães Capital Europeia da Cultura 2012 não foi um terreno estéril. “A cidade está diferente”, diz Fátima Alçada (FA), diretora artística de A Oficina, programadora das artes performativas, educação e mediação cultural.
E está diferente – segundo Rui Torrinha (RT), programador de A Oficina – porque “foi acolhendo, ao longo desta década, uma energia que vai deixando conhecimento, estímulo, a ideia de construção de futuro a partir das artes e da cultura”. Isso, diz, “acabou por reforçar a multiculturalidade e criar um sentimento de vivência da própria cidade pelas artes”.
Foi como espectadora, já que trabalhou na Oficina até 2010 e voltou em 2019, que FA assistiu à festiva Capital: “Foi um ano muito particular para nós, portugueses, porque estávamos em plena crise e constituiu uma bolha de oxigénio, em contraciclo com o país”. “O que poderia ter acontecido – salienta – era regressarmos à normalidade, depois de 2012. Mas em Guimarães criou-se uma dinâmica distinta que se vê dez anos depois”.
O que aconteceu, observa por seu lado RT, é que “da Capital Europeia ficaram alguns investimentos, que foram fortalecidos e entretanto surgiram outros, a comunidade artística expandiu-se, temos agora um ecossistema muito interessante e diverso e um circuito independente”. Portanto, “há uma agenda alargada numa cidade pequena”.
Ivo Martins (IM), programador do Guimarães Jazz , também reconhece a vitalidade da cena cultural da cidade: “Há muita gente a fazer coisas em Guimarães e foram dados importantes saltos qualitativos em termos de organização e produção. E há toda uma estratégia de estruturação e intervenção no meio de uma forma consciente”.
Sendo um crítico de iniciativas como as Capitais Europeias da Cultura, IM admite que no caso de Guimarães houve um impacto forte. “Compreendo que tenha que haver estas iniciativas até para estabelecer sinergias e atrair dinheiros, o que de outra maneira não seria possível, mas não devia ser assim. E não há dúvida que em Guimarães funcionou”. As particularidades” da cidade, do seu património histórico, da sua escala – “tudo fica perto e cria-se um circuito muito interessante” –, contribuíram, em seu entender, para “exponenciar a Capital Europeia”: “Basta pensar nos equipamentos excelentes que temos à disposição, como o Centro Cultural Vila Flor (CCVF), que ficaram e estão a trabalhar o ano todo, acolhendo as pessoas que vivem e trabalham na cidade, para percebermos a sua importância. E se a Câmara patrocina experiências como a Orquestra de Guimarães, uma série de festivais, concertos, espetáculos, exposições, há condições objetivas para que as coisas aconteçam”.
O Centro Internacional das Artes José de Guimarães (CIAJG) foi um dos equipamentos que ficou, uma “obra fundamental”, um “acelerador do processo” desencadeado pela própria Capital na cidade, segundo a nova curadora -geral, que agora o dirige, Marta Mestre (ver entrevista). “Foi muito importante a decisão de trazer para cá a coleção de José de Guimarães, de investir na salvaguarda da arte contemporânea. E é inegável o forte compromisso do município com a divulgação da Cultura”.
Máquina de produção
A palavra de ordem era “Tu fazes parte” e contribuiu para o “sucesso” de Guimarães 2012, assevera Paulo Lopes Silva (PLS), atual vereador da Cultura da Câmara de Guimarães. “Depois da festa, há sempre a ressaca, mas aqui houve um envolvimento da comunidade e das entidades locais que fez com que houvesse vontade e capacidade para continuar a transformação do território“, sublinha. “O ano passado fizemos um conjunto de conversas, a que este ano vamos dar continuidade, sobre essa transformação. E uma ideia recorrente que tivemos foi que Guimarães se transformou numa máquina de produção, porque se conseguiram de facto condições para criar e programar a partir daqui. E é muito evidente que mesmo a seguir à Capital surgiram uma série de promotores no território”.
O vereador, PLS, faz notar que há em Guimarães associações centenárias, uma assinalável ligação ao associativismo mais tradicional, mas surgiram entretanto outras entidades e associações que concorrem aos apoios do município para desenvolverem os seus projetos, e muitas já têm hoje uma “vida própria”. É o caso do Festival Mucho Flow, organizado pela Revolve, recentemente nomeado como um dos melhores festivais ibéricos e europeus. “É um dos múltiplos exemplos de entidades independentes que temos no território e que vão criando a sua programação com expressão no panorama cultural da cidade”, adianta.
Fátima Alçada recorda, a propósito, que antes da capital europeia, A Oficina, o “braço operacional” do município, era a “instituição que trabalhava a programação e a oferta cultural de uma forma mais continuada e profissional, o seu grande palco, apesar de existirem já na altura bastantes estruturas e associações”. Passados dez anos, não perdeu o fôlego. “Pelo contrário, foi abrangendo outras áreas de intervenção e trabalho, cresceu e consolidou-se. Mas apareceram outras instituições, todos os anos surgem estruturas, projetos e espaços novos, em relação direta com o que ficou da Capital Europeia e da sua dinâmica.
O Centro dos Assuntos das Artes e da Arquitetura (CAAA), criado na Capital e que existe até hoje, é um exemplo, um “polo muito dinâmico no domínio das artes visuais e da performance, um espaço onde os artistas emergentes podem apresentar os seus trabalhos”. Mas existem muitos outros. “Não nos atropelamos, antes somos como peças de lego que se encaixam, porque não estamos todos a fazer a mesma coisa, ajudamo-nos e os nossos trabalhos são complementares”, afirma.
A cultura é profundamente vivenciada na cidade e há uma oferta muito intensa. “Todos dias, há qualquer coisa a acontecer, o que infelizmente não sucede noutras cidades do país com a mesma dimensão”.
O programador Rui Torrinha chama, de igual modo, a atenção para o facto de Guimarães ser uma “cidade muito agitada nas suas bases”: “Tem uma plataforma cultural construída com base no associativismo, o que foi muito reforçado na capital cultural. E o que aconteceu a seguir foi uma grande viagem no sentido da criação. E a grande responsabilidade, passados dez anos, é elevar o nível, possibilitando novos modos de produção”.
Cidade criadora
Poder-se-á aferir um “antes e um depois” da Capital Europeia da Cultura em Guimarães, mas Paulo Lopes Silva identifica três momentos no desenvolvimento cultural da cidade. “Há um pré-2012, em que houve um grande investimento na criação de hábitos culturais e de infraestruturas para a prática e fruição da atividade cultural, em paralelo com a preservação patrimonial, que nos valeu, além da Capital Europeia, a distinção, dez anos antes, de Património da Humanidade”, salienta. “A Capital teve uma consolidação desses hábitos e de públicos, porque foi um ano com uma atividade cultural muito acima do que é habitual a nível nacional. E começou aí, depois, a desenhar-se uma mudança de paradigma, a operar-se a transformação de uma cidade consumidora para uma cidade criadora de cultura. Isso foi muito visível e fez parte das políticas municipais, depois de 2012 até agora”.
Dá, nesse sentido, o exemplo de várias iniciativas: “O programa de apoio territorial à criação da Oficina, o Gangue de Guimarães, onde se fez o levantamento de todos os artistas ligados às artes performativas, as oficinas do Teatro Oficina, a reformulação da Mostra Amadora de Teatro, de modo a ser um momento de capacitação das estruturas teatrais amadoras do território, as salas de ensaio para as bandas de garagem, no Teatro Jordão”. E ainda dois mecanismos criados nos últimos quatro anos: um conjunto de open calls ligadas à criação, quer de A Oficina, quer do próprio município de Guimarães, o programa de apoio à criação, edição, programação de atividades culturais, no valor de 600 mil euros, para promotores e criadores individuais e associações, um “investimento significativo”, diz.
Motor de desenvolvimento
A cultura representa, de resto, uma “importante fatia” do investimento do município vimaranense, cerca de 10% do orçamento municipal anual, que é de 100 milhões de euros. “O nosso motor de desenvolvimento assenta muito em estratégias relacionadas com a cultura e de forma transversal, já que a própria promoção do território, a área turística e outras têm esta perspetiva”, garante PLS. “A cultura é central nas políticas do município, que nela encontrou também o seu fator distintivo a nível nacional e internacional”.
A estratégia do município, no seu entender, “é visível de uma forma rizomática” no projeto Bairro C, no centro da cidade, onde estão situados o CIAJG e outras instituições. “É uma mancha do território onde se tenta consolidar uma espécie de laboratório de experimentação do modelo de desenvolvimento que queremos para Guimarães, assente na cultura, na criação e no conhecimento”.
Daí o nome Bairro C. Mas são três “Cês”, a que se podem acrescentar outros como o de “comunidade” ou “circulação”, porque o projeto também se cruza com uma série de percursos pedonais, a pensar nas questões da sustentabilidade ambiental, já que Guimarães foi candidata a Capital Verde Europeia e “existe a intenção de renovar essa candidatura”.
Lançado há dois anos, o projeto do Bairro C procura um “investimento na relação”, salienta, por seu lado, Rui Torrinha: “Além da influência e da transferência de conhecimento, ao longo destes anos, a partir dos programas artísticos, vamos procurar intensificar o modo de relacionamento entre as várias manifestações culturais, num processo duradouro. Ou seja, a partir das âncoras que a cidade tem e, enquanto corpo vivo, potenciar outras pontes de forma dinâmica que estimulem e façam aparecer novas ideias e projetos”. O objetivo é, segundo o programador, uma “cidade que pensa o mundo a partir do seu território, sempre numa relação aberta”.
Mudança em curso
E se houve uma “mudança de paradigma” no território, PSL assegura que se trata de uma “mudança permanentemente em curso”: “Ainda há muito por fazer, temos que continuar a dotar o território de capacidade de criação”. Serão dados, este ano, segundo ele, “dois passos fundamentais” nesse sentido. Um deles o Balcão de Apoio à Criação. “Estivemos a trabalhar, a nível conceptual, ao longo do último ano, com a Universidade do Minho, nesse mecanismo que pretendemos agilizar na Câmara Municipal e n’A Oficina”, explica. “Recolhemos propostas de alunos e vamos consolidar o projeto final, que pretende disponibilizar um conjunto de recursos, especialmente humanos, para ajudar a dotar de outras condições e das ferramentas de que as associações ligadas à criação e os criadores necessitam para desenvolver os seus projetos. Este era um passo que nos parecia faltar no sentido da cidade criadora”.
Outro projeto é a reabertura em breve do Teatro Jordão, justamente no Bairro C, adquirido pela Câmara e remodelado, que deixará de ser uma sala de espetáculos para ser um polo de artes visuais e performativas e o novo espaço do Conservatório de Música de Guimarães, alojando ainda o curso de teatro e de artes visuais da Universidade do Minho, numa “convivência” entre várias expressões artísticas. Um edifício onde se vão ver as “fundações da cidade da criação, transformando a Av. Afonso Henriques na ‘Avenida das artes’”, conforme diz RT.
É plural, de resto, a cena artística em Guimarães, um “meio que permite o cruzamento de influências e relações entre as artes performativas e visuais, o cinema, a música, uma das áreas em expansão”, na perspetiva do programador que dirige festivais como o Guidance ou o WestWay Lab: “A música deu um salto enorme com o aparecimento da Orquestra de Guimarães e de uma série de bandas de novas tendências e com o jazz na linha da frente, com o festival. A mudança da escola para o Jordão, a vizinhança com o Vila Flor, poderá ser fundamental”. E há dois fatores que considera muito importantes: “Reforçar as condições e os recursos para que os processos de criação se mantenham em contínuo e também o conhecimento e os níveis de pesquisa, o que a ligação à universidade vai proporcionar”.
Guimarães tem sido berço de projetos musicais muito “interessantes”, como o Mister Roland, o Paraguii, o Captain Boy, que tiveram projeção nacional, lembra Fátima Alçada. Mas existe igualmente, acentua, “uma dinâmica vibrante” em todas as áreas artísticas, tal como uma profusão de festivais e acontecimentos ao longo do ano.
Um festival não formatado
Um dos mais antigos, já com 30 anos, é o Guimarães Jazz, dirigido há 26 por Ivo Martins: “Não sou de Guimarães, nem um produtor, tinha um programa de rádio e convidaram-me ”, recorda. “Foi uma experiência que tem corrido bem É um festival muito discutido, feito por muita gente que sinto estar no mesmo barco. E não é formatado, trabalhado numa ótica empresarial ou por uma produtora vinda de fora, com um conjunto de enlatados”.
Liberdade e autonomia, essenciais para o próprio IM, são os princípios que configuram a identidade do Guimarães Jazz. Com uma “lógica muito distinta”, o festival juntou-se a associações e coletivos de músicos, ao Porta Jazz do Porto, à Sonoscopia, à Orquestra de Guimarães, trabalhando com os músicos locais. “A orquestra tem um reportório clássico e faz uma incursão no jazz no festival, com coisas com muito interesse. E também trabalhamos com a ESMAE do Porto, que permite que os alunos venham para Guimarães durante 15 dias, preparem um concerto com uma big band, façam workshops”. E continua: “Os músicos que tocam no auditório por vezes aparecem nas jam sessions e tocam com esses jovens. Tudo isto cria um ambiente de partilha extremamente rico em termos humanos. E acontece porque o festival já tem muitos anos e fomos descobrindo formas de interagir, de estabelecer contactos e pontes. De reinventar-se”.
A Capital Europeia, em seu entender, potenciou essa experiência, antes do mais porque criou equipamentos excelentes que permitem grande qualidade e meios técnicos. “Conseguimos, por isso, ter espaços para preparar vários concertos de propósito para o festival, porque não se compram concertos feitos. Trabalhamos as ideias, juntamos os músicos e eles ensaiam durante alguns dias e há espaços para as coisas acontecerem”.
Melhores condições dos espaços e dos acessos atraem, de igual modo, mais pessoas e o Guimarães Jazz construiu também, ao correr dos anos, um público fiel, com uma média de 60% de espectadores que vêm de fora, inclusive da Galiza, ali mesmo a pouco mais de uma hora de distância: “A grande mobilidade das pessoas, a automatização da venda dos bilhetes, a acessibilidade, houve todo um processo de facilitação que permite que o público apareça, o que também ajuda, além da qualidade dos espetáculos”.
Rede de cumplicidades
Guimarães é, de resto, uma escala habitual nas digressões de teatro, dança, música, e palco de muitas estreias nacionais. “Esse é um importante papel que A Oficina tem desempenhado ao longo destes anos”, sublinha FA. “Procuramos criar condições para que sejam apresentados e para que os públicos de Guimarães possam conhecer o que está a ser feito nos contextos artísticos nacionais e internacionais”.
A Oficina, o “braço operacional” da cultura do município, tem-se afirmado, aliás, como uma verdadeira coprodutora, com criadores e companhias de todo o país, uma das “práticas da casa”, que surgiu na área do artesanato e das artes tradicionais, ligadas ao bordado e à olaria, e hoje tem, também em resultado de 2012, uma enorme abrangência, gerindo o CIAJG, a Casa da Memória, o CCVF.
A ligação com a comunidade é outro objetivo: “Se as pessoas se sentirem implicadas, vão apropriar-se dos projetos artísticos, por isso o trabalho com os públicos, dos mais novos aos mais velhos, tem sido um traço fundamental no trabalho que fazemos”, explica FA. “Por isso, tentamos que todos os artistas que passam por Guimarães não apresentem apenas os seus projetos, mas possam dar mais um pouco e levar mais qualquer coisa da cidade”.
Há, nesse sentido, uma programação que contempla conferências, masterclasses, conversas, ciclos. Isso acontece com 85% dos artistas que lá apresentam os seus espetáculos, o que também contribui para a criação e a formação dos públicos, que a diretora de A Oficina garante serem, hoje, “mais exigentes, atentos e críticos”. E com os artistas, criaram-se “cumplicidades” que fazem com que a coreógrafa Vera Mantero, por exemplo, tenha lá assinalado os dez e os 20 anos de carreira, tendo-lhe sido dedicados ciclos especiais. “Guimarães é uma teia de cumplicidades com muitos artistas que aqui podem pensar, experimentar e fazer as suas criações em residências e apresentá-las. Esse é um dos aspetos mais interessantes do trabalho que temos feito”.
Incubadora de artistas
Além das residências artísticas temporárias, pelas quais passaram muitos artistas portugueses e estrangeiros, houve mesmo criadores que, nos últimos anos, escolheram viver e trabalhar em Guimarães. Foi o caso de Miguel Moreira e do Coletivo Útero, durante algum tempo. Mas também de artistas visuais como Nuno Machado e Max Fernandes ou do fotógrafo Carlos Lobo. “Houve artistas que ocuparam espaços degradados da cidade entretanto reabilitados e tornados vivos, porque vivem, trabalham e apresentam lá o que fazem”, diz FA. “É um projeto muito interessante de regeneração urbana, social e artística. A presença desses artistas também não é alheia ao facto de a Universidade do Minho ter aqui as licenciaturas em artes visuais, teatro e arquitetura. E Guimarães tornou-se, nesse sentido, uma verdadeira incubadora de artistas nas diferentes áreas”.
Por outro lado, alguns criadores de Guimarães, que tinham saído do território, estão a regressar, conforme faz notar RT, “porque sentem que têm condições de criação, de apresentação e fruição”: “Os artistas vão ampliando a sua relação com Guimarães, alguns deles fixando-se e é uma tendência que vai ficar, até porque é o exemplo da cidade dos 15 minutos, onde se pode chegar a qualquer lado a pé, o que dá uma certa qualidade de vida ”. Outro aspeto que o programador destaca é a internacionalização de alguns projetos: “O investimento na cultura em Guimarães é estruturante e identitário, mas não se fecha entre as suas paredes, tem possibilitado que uma série de artistas façam cada vez mais um percurso nacional e internacional com os seus projetos, porque se investe realmente na circulação do que se faz cá”.
Os dez anos da Guimarães Capital da Cultura vão servir, segundo o vereador Paulo Lopes Silva, para “refletir e perspetivar o futuro”. E, ao correr de 2022, serão assinalados com uma série de “momentos simbólicos”. A começar, já a 21, com a evocação da cerimónia de abertura da Capital, altura em que será dado o nome de Francisca Abreu, vereadora da cultura na época e entretanto desaparecida, ao grande auditório do CCVF. Será lançado o nº 2 da revista C Visível, em ligação ao Bairro C, com uma reflexão sobre o que foi feito e o que se irá fazer, com um ciclo de conferências, lá mais para o meio do ano. “Vamos lançar, ao longo deste ano, a discussão sobre o plano estratégico para a cultura, as linhas mestras da sua construção a partir do município, através da Oficina, mas de uma forma mais alargada e participada. E debater o que Guimarães quer ser no futuro”. J
O conteúdo Guimarães, capital da cultura e da criação aparece primeiro em Visão.